Empatia, diversidade e acessibilidade são palavras de ordem nos dias atuais. Indo ao encontro dessa tendência, que veio para ficar, a indústria – de uma maneira geral – tem se desdobrado a fim de inovações em produtos e serviços que sejam disponibilizados a todos, de forma igualitária e sem distinção, independente das diferenças que marcam a existência dos seres humanos.

Aos poucos, espaços urbanos e seus equipamentos estão, ainda que timidamente, sendo adaptados para atender a todos os tipos de públicos. Diferentes objetos, como aparelhos eletrônicos, automóveis, ônibus, banheiros e carteiras escolares possuem alguma adaptação para que as pessoas com algum tipo de limitação consigam utilizá-los sem maiores problemas.

O Design Universal segue essa premissa; desenvolver soluções que atendam a todos e facilitem tarefas consideradas simples para muitos, mas que podem ser extremamente trabalhosas para tantos outros, em especial pessoas com restrições de mobilidade, limitações físicas e/ou intelectuais, idosos…

Durante a passagem da CASACOR por São Paulo, em junho deste ano, o conceito de Design Universal foi bastante explorado. Conhecidas por trazerem mais praticidade e conforto para os moradores, tarefas como acender e apagar as luzes, ligar ou desligar a televisão e abrir as cortinas vão muito além da comodidade e passam a cumprir um papel mais importante: assegurar maior inclusão e praticidade na rotina de uma pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.

“O Design Universal engloba o processo em que soluções de acessibilidade teriam um apelo para aceitação mercadológica, uma discussão mais ampla e uma absorção na vida cotidiana de um grande público. É a decisão a ser adotada numa sequência de escolhas possíveis e compatíveis com o contexto em que o produto do design se destina”, define Maycon Fogliene, Arquiteto e Urbanista, Designer de Interiores, Gestor em Design Universal, especialista em Acessibilidade e Mobilidade Urbana e especialista em Tecnologia Assistiva.

O profissional foi convidado para expor na CASACOR e seu projeto ganhou significativo destaque durante a mostra. “O Design Universal é a premissa de todos os meus trabalhos, importante exaltar todas as habilidades e compreensão dos meus clientes em cada espaço e manuseio de todos os objetos. A proposta central da CASACOR 2023 é ‘Corpo e Morada’, um tema perfeito para identificar as necessidades e anseios desse público”, explica.

Assim, Maycon Fogliene passou a trabalhar no desenvolvimento do projeto. “Após receber o convite da diretoria e da curadoria da CASACOR SP e ter o espaço definido para a implantação de um ambiente tratando do assunto, foi essencial trabalhar todas as ideias possíveis. É sempre desafiador, pois não teria um cliente específico, e sim, demonstrar a todos ‘os porquês’ do desenvolvimento aplicado daquela forma, tendo como objetivo trazer à discussão e o entendimento para que as pessoas compreendam e repensem o modo de viver a longo prazo, bem como levantar debates à cerca de acessibilidade, mobilidade urbana e design universal, para que despertem maior interesse na Gestão Pública e Privadas, buscando promover uma arquitetura com a qualidade mais humanizada e garantindo

que não só a acessibilidade, mas também o design, seja visto como um benefício para toda a sociedade, tanto às pessoas que precisam para se locomover em condições adequadas, como todos os envolvidos do círculo familiar e amigos”, conclui Maykon.

Todo o trabalho e dedicação foram recompensados, através do reconhecimento do público que visitou a mostra e deu retorno altamente positivo ao profissional. “Estar e representar um dos ambientes mais comentados no principal evento de arquitetura e decoração das américas é a realização de um sonho, além do respeito que se conquista com a qualidade do projeto, é essencial para futuros negócios e outras participações em mostras”, comemora o Arquiteto e Urbanista.

O sucesso do projeto apresentado é refletido em muitas indústrias, que também têm mostrado preocupação inclusiva e estão partindo para o desenvolvimento de projetos que resultem em produtos que ofereçam soluções às pessoas com limitações de mobilidade.

Esse é o caso da Rometal, indústria que trabalha há 40 anos com o propósito de impactar positivamente o cotidiano, criando ou desenvolvendo produtos que valorizam móveis e espaços contemporâneos, com performance, conforto, design e segurança. “Estamos em constante evolução, estudamos cada detalhe em profundidade, projetamos, analisamos e aperfeiçoamos os produtos desenvolvidos, sempre em busca da evolução”, declara Josiane Laurindo, especialista em marketing da empresa.

Foi assim que surgiu o sistema Magnum, da Rometal, que acompanha toda a tecnologia presente nos dias atuais. “Tratase de um sistema magnético para portas de passagem em madeira, alumínio ou vidro. Inovador e compacto, o Magnum pode ser utilizado em diversos espaços, como em residências, ambientes corporativos, hotéis, restaurantes e até em consultórios ou hospitais”, explica Josiane Laurindo.

O sistema possui leitor facial, comando de voz, sensor de radar e sensor de proximidade, recursos que facilitam em muito a vida 

de quem possui alguma necessidade especial. “Vale ressaltar que o sistema Magnum ainda não está liberado para venda, ele foi apresentado, como um pré-lançamento, durante a mais recente edição da FORMÓBILE, Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira, realizada no mês de julho, em São Paulo, mas ainda estamos concluindo o desenvolvimento dele e devemos tê-lo disponibilizado ao mercado até o final deste ano”, revela a especialista em marketing da Rometal.

A proposta do Design Universal tem sido levada tão a sério que, o Conselho Nacional de Educação (CNE), incluiu o Desenho Universal nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Dessa forma, a disciplina, que já existia nas faculdades de forma optativa, passa a ser obrigatória em todas as escolas de arquitetura do País.

Ao abordarmos um tema tão sensível e inovador, a ideia editorial da Revista Marcenaria SIM é trazer à luz dos leitores repensar a postura como desenvolvedores de produtos. Esperamos, assim, ter plantado uma semente em cada um de vocês, para que uma nova forma de pensar e elaborar novos projetos possa surgir pela frente, a fim de se diferenciar no mercado e poder ajudar aqueles que precisam.

*Crédito das imagens: Natânia Oliveira Silva | Thom de Mendonça

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