Está entre as principais tendências em projetos de interior

 

A palavra biofilia tem origem no grego: bio (vida) e philia (amizade ou amor), em tradução livre: amor à vida. Na arquitetura, utiliza-se a expressão design biofílico como ferramenta de reconexão das pessoas com a natureza. Muita gente não percebe, mas a biofilia faz parte do cotidiano de todos nós, afinal, em algum momento do dia, inevitavelmente você se conectará com algum ambiente em que a natureza viva estará presente. Com as restrições impostas pela pandemia de COVID-19 ao longo dos últimos dois anos, essa tendência ganhou muito espaço e passou a ser utilizada em diversos projetos arquitetônicos, de diversas maneiras. “O conceito de biofilia tem se destacado entre as principais tendências para os espaços internos nos últimos anos. Com as mudanças na rotina das pessoas, devido ao isolamento social, a importância desse conceito ficou mais evidente ao longo de 2020, e a aplicação dele nas nossas vidas se tornou uma forma de enfrentar essa nova realidade”, explica Maria Luiza Alonso Y Prieto, Gerente de Produto Indústria Moveleira e Revenda da Eucatex. Para o designer Alexandre Chiquiloff, da Impress Decor Brasil, a sensação de bem-estar e a preocupação cada vez maior com a saúde física e mental, fazem com que seja necessário ter momentos de “desconexão” da rotina exigente e atarefada para focar na introspecção e conexão consigo mesmo. “Ter um espaço com design biofílico pode promover essa atmosfera serena e leve, permitindo momentos descontraídos e despojados. Esse movimento traz muito conforto e tranquilidade aos interiores, o que reflete a necessidade latente das pessoas trazerem aos espaços elementos que influenciem no estado mental e o no bem-estar”, acredita. Uma das vantagens de ter o design biofílico nos ambientes é o de tornar o espaço atemporal,com inúmeras possibilidades de ser facilmente adaptado e transformado. “Uma outra vantagem do design biofílico, como inspiração nos espaços, é a valorização da cultura local. Seja com produtos feitos à mão, por algum artesão local, ou na utilização de matérias primas regionais, por exemplo. São elementos inspirados na natureza e que ainda tem personalidade e identidade. Isso faz com que a história e o contexto de toda a produção e criação sejam admiradas”, diz Alexandre Chiquiloff. O design biofílico também está diretamente relacionado à sustentabilidade e ao cuidado com a natureza. Por isso, além da estética, todo o processo de produção também é uma forma de promover a biofilia. “Ter produtos responsáveis ambientalmente é fundamental e, diferentemente do que muitos pensam, o design biofílico vai muito além do verde e das plantas. A biofilia pode ser explorada nos espaços através de texturas naturais, como fibras, tramas e tecidos para estimular o toque e as sensações de conforto e acolhimento.

Fazer um mix de texturas, com escalas diferentes e materiais diversos, trará a biofilia de forma sofisticada e elegante aos ambientes, seja em almofadas, revestimentos, mobiliário ou adornos de decoração”, garante o designer da Impress Decor Brasil. Para Renata Braga, gerente de marketing dos Produtos Duratex, basicamente existem três maneiras diferentes de trazer esse tipo de sensação para ambientes: “O contato direto com a natureza, que é quando você insere plantas no ambiente; o contato indireto com a natureza, que é quando você cria um ambiente que lembre a natureza, seja por meio de imagens, cores ou objetos; e a inserção de características no ambiente, quando a conexão com a natureza acontece de maneira ainda mais indireta, apostando na utilização de materiais como madeira e bambu, por exemplo, para criar cômodos que estejam em sintonia com a natureza”. De acordo com a especialista, a madeira funciona como elemento de conexão entre o natural e o sustentável, além de beneficiar os espaços, trazendo para dentro deles elementos da natureza. “Os móveis feitos de madeira contribuem para os cuidados com o meio ambiente, ao proporcionar o sequestro de carbono na atmosfera e, por seu processo produtivo ser composto por uma série de etapas, que visam gerir os recursos naturais de maneira consciente e que ajudam a promover áreas de preservação”, complementa Maria Luiza Alonso Y Prieto. Segundo a Gerente de Produto Indústria Moveleira e Revenda da Eucatex, quando se busca por ambientes que tragam a sensação de relaxamento e de bem-estar, ou mesmo lembranças afetivas de viagens e encontros, não há como não se pensar na madeira, porque ela está intimamente ligada à natureza, assim como as plantas e as pedras. Enfim, elementos que compõem o ambiente biofílico. “Nesse sentido, o design do mobiliário, com formas orgânicas, com padrões e cores que remetem à natureza, àquilo que está fora do ambiente mas pode ser trazido para dentro, tem nos revestimentos, como os painéis MDF, um forte aliado sob vários aspectos. Eles estão presentes na maioria dos projetos, desde os móveis até como revestimento de paredes, mesmo porque respondem a essa busca por trazer a natureza externa para dentro do morar ou mesmo para os espaços corporativos”, diz. Por sua vez, a iluminação também tem o poder de ressaltar um ambiente trabalhado com design biofílico. “Uma iluminação aquecida e acolhedora, quando combinada a características e elementos citados anteriormente, cria uma atmosfera calorosa, assim como é a natureza. E, claro, permitir a entrada da luz natural, pois a claridade da luz solar ilumina, aquece e se conecta com as cores naturais dos espaços, realçando as texturas, movimentos e detalhes”, complementa o designer Alexandre Chiquiloff.

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